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2012 - Livro Vermelho 2013

Bactris timbuiensis H.Q.B.Fern. EN

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 02-05-2012

Criterio: B1ab(iii,v)+2ab(iii,v)

Avaliador: Pablo Viany Prieto

Revisor: Tainan Messina

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

Bactris timbuiensis tem uma distribuição geográfica muito restrita, ocorrendo apenas em uma pequena região montanhosa do Estado do Espírito Santo. A EOO é de 258,01 km², e a AOO é de 36 km². Em todos os municípios onde há registros da espécie, a Mata Atlântica foi bastante desmatada, tendo sido reduzida a 20-25% da sua área original. Dessa forma, além de uma redução na extensão e qualidade do habitat, suspeita-se que a espécie venha sofrendo declínio no número de indivíduos maduros. O número de situações de ameaça é inferior a cinco.

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Bactris timbuiensis H.Q.B.Fern.;

Família: Arecaceae

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

Espécie descrita na obra Bol. Mus. Biol. Mello Leitão, Nova Sér. 5: 4. 1996. Conhecida popularmente como "tucunzinho" (Lorenzi et al., 2010)

Dados populacionais

Lima e Soares (2003) afirmam que coletaram dados de 20 indivíduos de 50 diferentes touceiras da espécie na Reserva Biológica de Duas Bocas, Cariacica, Espírito Santo.

Distribuição

A espécie ocorre na Mata Atlântica, exclusivamente no Estado do Espírito Santo (Leitman et al., 2012). Segundo Fernandes (1996) a espécie ocorre na Região Centro-Serrana do Espírito Santo, entre 700 e 900 m de altitude, nos municípios de Santa Leopoldina, Santa Maria de Jetibá e Santa Teresa, sendo o caso mais restrito de endemismo do gênero.

Ecologia

Palmeira arbustiva, cespitosa, com altura total de 3-5,5 m. Apresenta até 8 caules por touceira, com acúleos pretos de até 2,5 cm de comprimento. Apesar de ser umbrófila, tolera condições de semi-sombra (Fernandes, 1996). Provavelmente floresce entre dezembro e março (Fernandes, 1996) e frutifica entre dezembro e abril e seus frutos maduros são predados por aves (Fernandes, 1996; Lorenzi et al., 2010).

Ameaças

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Incidência local
Detalhes Em 1976 o município de Santa Teresa tinha 22086 ha de floresta natural e 8432ha de capoeira (30518ha no total). Em 1991, as florestas nativas ocupavam pelo menos 23000 ha (Mendes; Padovan, 2000). Em 2010, tinha 14332 ha de floresta no total (SOS Mata Atlântica; IMPE, 2011)

1.7 Fire
Detalhes Na região de ocorrência da espécie, é comum o fogo (Mendes; Padovan, 2000).

1.1.1 Crop
Incidência local
Detalhes O principal uso do solo no município de Santa Teresa é de lavouras permanentes, principalmente café, seguido por pastagens naturais. A maioria das propriedades é de pequeno e médio porte, possuindo entre 10 e 50 ha (Mendes; Padovan, 2000).

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes O município de Santa Maria de Jetibá e o município de Santa Leopoldina estão 100% inseridos no bioma Mata Atlântica, sendo que nos dias de hoje restam apenas 25% e 26% de remanescentes florestais em cada município, respectivamente (SOS Mata Atlântica; INPE, 2011).

6.3 Water pollution
Incidência local
Detalhes O rio Timbuí é poluído (Mendes; Padovan, 2000).

Ações de conservação

4.4 Protected areas
Situação: on going
Observações: Apesar de a espécie estar restrita a Região Centro-Serrana do Espírito Santo, esta ocorre na Estação Biológica de Santa Lúcia e Estação Biológica da Caixa d'Água e, possivelmente, na Reserva Biológica Augusto Ruschi, em Nova Lombardia (Fernandes, 1996)

1.2.1.3 Sub-national level
Situação: on going
Observações: A espécie foi considerada "Vulnerável" (VU) na Lista vermelha da flora do Espírito Santo (Simonelli; Fraga, 2007).

1.2.1.2 National level
Situação: on going
Observações: A espécie foi considerada "Deficiente de dados" (DD) na Lista vermelha da flora do Brasil (MMA, 2008), anexo 2.

Usos

Referências

- LEITMAN, P.; HENDERSON, A.; NOBLICK, L. ET AL. Arecaceae in Lista de Espécies da Flora do Brasil, Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/>. Acesso em: 13 março 2012.

- LIMA, A. L.; SOARES, J. J. Aspectos Florísticos e Ecológicos de Paleiras (Arecaceae) da Reserva Biológica de Duas Bocas, Cariacica, Espírito Santo. Boletim do Museu de Biologia Mello Leitão, n. 16, p. 5-20, 2003.

- FERNANDES, H. Q. B. Bactris timbuiensis (Palmae), uma Espécie Nova da Mata Atlântica no Espírito Santo, Brasil. Boletim do Museu de Biologia Professor Mello Leitão, n. 5, p. 3-14, 1996.

- MENDES, S. L.; PADOVAN, M. P. A Estação Biológica de Santa Lúcia, Santa Teresa, Espírito Santo. Boletim do Museu de Biologia Mello Leitão, n. 11/12, p. 7-34, 2000.

- FUNDAÇÃO SOS MATA ATLÂNTICA; INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS. Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica: Período 2008-2010. 2011. 122 p.

- LORENZI, H.; NOBLICK, L.; KAHN, F. ET AL. Flora Brasileira - Arecaceae (Palmeiras). Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2010. 384 p.

- MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Instrução Normativa n. 6, de 23 de setembro de 2008. Espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção e com deficiência de dados, Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 24 set. 2008. Seção 1, p.75-83, 2008.

- SIMONELLI, M.; FRAGA, C. N. (ORG.). Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção no Estado do Espírito Santo. Vitória, ES: IPEMA, 2007. 144 p.

Como citar

CNCFlora. Bactris timbuiensis in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Bactris timbuiensis>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 02/05/2012 - 17:39:49